A herpetofauna da Mata Atlântica abriga 543 espécies de anfíbios (mais de 7% das espécies atuais), 472 das quais são endêmicas desse bioma. Pouco se conhece sobre a fauna de vertebrados em restingas, sendo que dados relativos à riqueza e composição de comunidades de anfíbios podem ser reunidos através de monitoramentos e inventários em campo. Esses monitoramentos permitem ainda avaliar o impacto em populações com a capacidade de dispersão limitada se comparados com outros grupos de vertebrados terrestres como aves e mamíferos. Além da baixa capacidade de dispersão, os anfíbios possuem pele altamente permeável e ocupam tanto hábitats aquáticos quanto terrestres, sendo mais sensíveis que outros vertebrados terrestres ao efeito de toxinas ou a padrões de alterações de temperatura e pluviosidade, assim potencialmente atuando como bioindicadores. Embora existam alguns levantamentos das comunidades de anfíbios em áreas de restinga, incluindo a restinga de Jurubatiba, tais estudos foram realizados somente através de métodos de busca ativa e/ou em um curto período de tempo, alguns restritos a três dias de coleta. Ainda que os resultados obtidos sejam positivos em termos de estimativa da riqueza de espécies de determinada região, existem determinados táxons que possuem baixa vagilidade e densidade populacional, ocupam substratos diversificados e são difíceis de capturar em curtos períodos de tempo, o que pode ocasionar uma subestimativa da riqueza local. Outro aspecto relevante é que trabalhos referentes à dinâmica populacional destas comunidades, abordando diferentes aspectos da biologia e sazonalidade dos diferentes táxons, só podem ser inferidos a partir de estudos mais prolongados, os quais são praticamente inexistentes.