INTRODUÇÃO: Mudanças corporais, desequilíbrios hormonais, alterações no comportamento, além das pressões dos estudos e do mercado de trabalho, desavenças familiares e desejo de experimentar substâncias, tornam indivíduos cada vez mais susceptíveis a um estado de maior fragilidade psicológica. A automutilação, o comportamento repetido do próprio individuo de inflingir lesões á superficie do seu corpo com o propósito de reduzir emoções negativas. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, quantitativo e descritivo sobre a prevalência de lesões autoprovocadas e registradas utilizou-se do Sistema de Informações sobre Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) na cidade de Teresina no período dos anos de 2018 a 2022. RESULTADOS: Durante o período analisado, 3.594 casos de automutilação foram registrados. As notificações apresentaram variações significativas, com o maior número de casos em 2019 (27,54%) e o menor em 2020 (12,85%). A distribuição ao longo dos meses também variou de ano para ano. A faixa etária mais afetada foi de 15 a 29 anos, com oscilações percentuais em cada ano. O sexo feminino teve uma maior prevalência de automutilação em comparação com o sexo masculino. DISCUSSÃO: Este estudo aborda a automutilação em adolescentes e adultos jovens, destacando suas complexas dimensões psicológicas, socioculturais e de gênero. A prática é compreendida como uma tentativa paradoxal de alívio emocional e autopunição. A análise também revela que a pandemia de COVID-19 intensificou os desafios para a saúde mental, aumentando a prevalência de doenças mentais, automutilação e ideação suicida, enfatizando a necessidade de intervenções e prevenção eficazes. CONCLUSÃO: Evidencia-se que a automutilação, principalmente em adolescentes e adultos jovens, na cidade de Teresina PI, parte de motivações complexas e sofre influencias do contexto sociocultural e de gênero. A pesquisa destacou pontos do contexto ambiental e de um cenário global que intensificam os registros de automutilação, como por exemplo a pandemia da COVID-19 que se destacou como um agravante de problemas de saúde mental em todo o país.