Os fungos lignolíticos desempenham papel fundamental nos processos ecossistêmicos, especialmente na ciclagem de nutrientes. Esses organismos colonizam preferencialmente substratos lignocelulolíticos, como a madeira, e as características desses substratos podem exercer influência na dinâmica desta comunidade fúngica. Aqui, examinamos como o tamanho do diâmetro do substrato influência na estrutura de fungos lignolíticos em formações florestais do Cerrado, um bioma brasileiro de notável biodiversidade. O estudo foi conduzido na Floresta Nacional de Silvânia (FLONA de Silvânia), em 10 pontos ao longo de um transecto de 280 m, com distância de 30 m entre os pontos. Os morfotipos foram amostrados por meio de busca ativa, e classificados segundo o seu grupo morfológico, com base na morfologia do esporocarpo. Também foram mensurados o perímetro de todos os substratos vegetais com presença de morfotipos, para o cálculo do diâmetro e agrupamento em classes. Utilizamos um teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis para avaliar se a riqueza e abundância de morfotipos diferia entre as diferentes classes de diâmetro, e realizamos um teste de dispersão multivariada para avaliar se a composição diferia entre as diferentes classes. Registramos um total de 81 morfotipos, distribuídos em seis grupos morfológicos. Encontramos maior riqueza e abundância em diâmetros menores, com diferenças significativas entre as classes de diâmetro. Entretanto, não houve diferença na composição dos morfotipos entre as classes de diâmetro. Nossos resultados contribuem para o avanço do conhecimento sobre a estrutura de fungos lignolíticos no Cerrado Brasileiro, mostrando como o tamanho do substrato pode afetar a dinâmica dessa comunidade de fungos, principalmente na riqueza e abundância de morfotipos. Além disso, demonstrou que, para avaliar a composição de morfotipos, outras variáveis devem ser consideradas, como o estágio de decomposição do substrato.