O presente trabalho tem como objetivo observar a participação de artistas negras e a articulação de seus trabalhos sob pautas voltadas à descolonização dos saberes. Como ponto inicial, o processo de redemocratização do país e a articulação de frentes e movimentos organizados por mulheres negras alcançou a visibilidade necessária para a inserção de políticas públicas mais efetivas. O crescimento da participação de ativistas negras no panorama dos estudos feministas no Brasil contribuiu para a mobilização de outras saberes, bem como o de problematizar sobre a insuficiência de narrativas feministas, estas já consolidadas no eixo euramericano. Os anos iniciais do século XXI configuram como momento inédito para o incremento de projetos artísticos e curatoriais, cada vez mais comprometidos com uma estética decolonial e voltados para a promoção de trocas e de experiencias profissionais entre mulheres negras e não brancas e na capacitação de núcleos artísticos, formando uma rede que opera para além do circuito convencional das artes.