Propõe-se, neste artigo, um estudo do romance Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (1998), de Clarice Lispector, procurando compreender a figuração da aprendizagem e do prazer na trajetória feita pela protagonista Lóri rumo ao conhecimento da subjetividade. Problematiza-se como o senso comum perde espaço com o desmoronamento das identidades fixas, o que possibilita à personagem se libertar das amarras inerentes aos modos de ser cristalizados na cultura ocidental, ao mesmo tempo em que propicia uma abertura à aprendizagem do saber invisível, inacessível e inesperado. Para tanto, dialoga com as contribuições da Filosofia, em especial, com o pensamento de Heráclito, ampliado por Heidegger e propagado por Deleuze sobre o conceito de logos.