A tese da paz pelo comércio defende que este reduz a probabilidade de conflitos armados entre estados numa lógica de interdependência em que o liberalismo comercial assume um papel central na condução à paz, ultrapassando desta forma a lógica conflitual defendida pelos teóricos realistas. O presente artigo pertende refutar essa tese recorrendo à analise do exemplo concreto da Guerra do Ópio de 1839-1842 e 1856-1860. Habituados a observar potências europeias a escravizar e colonizar diversos espaços pelo globo, a totalitária China da dinastia Qing não estava interessada em negociações com os países ocidentais. Para além de querer manter distância em termos diplomáticos e relacionais, não sentia necessidade de importar nenhuma manufatura ocidental, ou seja, não dependia de nenhuma importação.